Quase, Delta! Vegetariano não come só legumes

Não sei há quanto tempo este tipo de gentileza existe nos voos internacionais, mas a primeira vez que eu solicitei de antemão comida vegetariana para a viagem foi no ano passado, voando pela British Airways.

Foi uma alegria sem tamanho! Comida boa, bem feita, gostosa mesmo.

Desta vez, o voo era da Delta para Nova York, cidade lotada de Whole Foods Markets, casa do Loving Hut e tantas outras referências.

Entrei lá eu no site com alguns dias de antecedência só para verificar se estava tudo OK com a reserva. Encontrei a parte das solicitações especiais e marquei refeição “vegetariana com derivados de leite”, pensando no possível queijo que poderia aparecer.

Na hora do vamos ver, minha vontade foi ligar pro CEO, aquele que aparece no vídeo antes da decolagem, só pra dizer: “Oi, eu agradeço de coração a disposição da companhia, mas ‘comida vegetariana’ não é só sinônimo de plantas aquecidas”. O prato tinha arroz integral sem tempero, vegetais cozidos sem tempero, bolinho de proteína texturizada de soja com pouco tempero e um rolinho de omelete.

Isto posto, eu conversaria com o sr. CEO nestas bases:

1) Ser lactovegetariano significa muitas coisas. Mas, nelas, não estão necessariamente inclusas: apreciar comida sem gosto; se matar por um ovinho; jogar a floresta no prato, dar uma esquentadinha e comer.

2) Ser vegetariana não me impede de comer o mesmo pãozinho francês do casal aqui ao lado. Nem cookies com gota de chocolate (quase que a deles caiu de tanto que eu sequei, tenho que admitir) — embora eu tenha gostado das frutas de sobremesa, isso é verdade.

3) Achou que ia me pegar, né, CEO? Pensa que eu não vi que, além da vegetariana com leite e derivados, havia entre as opções de refeição especial o seguinte: pouco sal, pouca gordura, para diabéticos, vegetariana sem leite e derivados, etc? Eu entendi qualé a sua! Juntou tudo numa só. E eu, que sou só lactovegetariana e não diabética, de dieta, anti-sal e etc, acabei comendo a comida do pessoal todo.

Eu ia postar a foto da comida, mas achei indelicado. Então segue apenas o que restou, porque é claro que eu comi tudo e fiquei feliz. Melhor do que dar de cara com algo que você não come e ficar 10h em jejum, sem dúvida alguma.

Foto

Notas de FRA-MAD

A bordo de um Airbus 319-100, indo para Madrid…

 @Sono.

 @Edicao do dia do El Pais traz una reportagem muito boa sobre Sindrome de Asperger, um dos transtornos do espectro autistico. Num determinado momento, revela que não há dados na Espanha sobre a prevalência da disordem. E apenas um exemplo de quão pouco se sabe sobre o assunto no Brasil, mas também ao redor do mundo. Um dia, ainda publico meu trabalho de conclusão de curso (da faculdade de Jornalismo).

 @Muito sono.

Notas de GRU-FRA

No avião, indo de Guarulhos para Frankfurt num voo de doze horas, em um Boeing 747-400 da Lufthansa…

 @Um programa da propria companhia aérea mostra uma reportagem sobre o primeiro dos três filmes que serão exibidos no avião, Hannah Montana. Depois de um trecho do clip da musica “The Climb” ou qualquer coisa do tipo, a voz encerra assim: “E se você não tem entre seis e treze anos, nem e mulher, quem vai subir pelas paredes e você”. Realmente animador. A Miley Cyrus aparece na tela e ja e hora de jantar massa, salada com presunto cru e flan de baunilha — infelizmente, o pão caiu no chão e só deus sabe onde foi parar.

 @Mais medo de turbulência ou de acabar a bateria desse iPod Touch gentilmente oferecido (por empréstimo) por Conrado Giulietti? E bom o gosto musical dele, a não ser pelo excesso de álbuns de uma banda de pagode cujo nome não cito para preserva-lo.

 @Highlights da edição do Financial Times deste fim de semana: reportagem na capa sobre a volta do Trabant, carro que foi símbolo da Alemanha socialista; outra sobre o fluxo migratório brasileiro para uma ilha em Massachussetts chamada Martha’s Vineyard (belo texto de Daniela Gerson); e a mais importante, o anúncio da túnica como nova tendência de moda porque, em tempos de crise, ela e muito economica: pode ser ajeitada para usarmos em todas as estações…

 @Deve faltar mais ou menos três horas para pousarmos e o desconforto e o sono são tão grandes que as questões que me afligiam ganharam contornos de irrelevancia.

 @Cafe da manhã bom. O problema e que, para mim, são só 4h da manhã.

 @Mais um voo tranquilo, que não entra para a história da aviação! Ainda bem.

O ENTRELACE vai passear

A partir de hoje, pelos proximos quarenta dias, o ENTRELACE v2.0 volta a ser também um blog de viagens, como foi em julho (Venezuela) e outubro (Peru, Chile, Argentina) de 2008. Os posts relacionados a outros esportes que nao Formula 1 devem ficar mais escassos, mas não inexistentes. (Alias, alguns acentos podem sumir de algumas palavras também…)

 Todos os posts sobre a viagem serão identificados pela tag [#diariodeviagens] aqui e no Twitter.

 Os destinos serão algumas cidades de Espanha, Belgica, Franca e Italia –e os GPs em Valencia, Spa e Monza.

O Saco e o Cadeado

Alguns já sabem que viajo em cerca de vinte dias para passar outros quarenta fora, trabalhando e depois em férias. Quem acompanha o ENTRELACE sabe também que há alguns posts na gaveta “Diário de Viagens”. Eles mais deveriam do que contaram, na verdade, as histórias das viagens para Argentina (dez/2007), Venezuela (jul/2008) e o mochilão Peru-Chile-Argentina (out/2008). Para facilitar as coisas, já que o ENTRELACE e o ENTRELACE v2.0 andam juntos agora, padronizo assim: sempre que falar destes temas, os títulos dos posts começarão com a tag [#diariodeviagens].

Pois bem, para a próxima jornada, havia ainda duas coisas das quais precisava. Uma delas era um saco de Nylon Risptop/Cordura da Curtlo (única marca que fabrica aqui no Brasil), que serve para proteger a mochila nos deslocamentos de avião e trem. O mais barato que encontrei saía por R$118 na Mar & Sol — compro lá há treze anos e é, de muito longe, a loja mais barata de artigos para camping e coisas do tipo em São Paulo. O tal do saco não é barato, mas a experiência mostra que ficar improvisando uma proteção ou pagar aquele negócio que enrola sua mala num plástico-casulo a cada viagem pode ser mais chato e mais caro ainda.

A outra coisa que faltava era um cadeado TSA.

TSA é a sigla para Transportation Security Administration, uma divisão do Department of Homeland Security (Segurança Nacional) dos EUA. Se você não quiser correr o risco de ter sua mala arrombada nas alfândegas de lá, é melhor usar um cadeado que tenha a entrada para uma das chaves-mestra a que os fiscais têm acesso (o número da chave-mestra é indicado ao lado do buraco da chave — no caso da foto, é TSA003). O problema é que o cadeado custa caro. Na internet, não sai por menos de R$80. Consegui comprar por R$67 numa loja de malas do Shopping Plaza Sul (onde as coisas e até o câmbio são beeem mais baratos que a média), em São Paulo. (Não vou para os Estados Unidos desta vez, mas nunca se sabe, né? E resolvi comprar o tal do cadeado. Enfim, nem toda mania de viajante é fácil de explicar…)

O detalhe é o seguinte: se você é mochileiro, nunca, nunca use um cadeado TSA para trancar seu locker (ou armário) no albergue ou sua mala pensando que ninguém vai conseguir abrir. Infelizmente, já há muito mais gente no mundo com chaves-mestra TSA do que só os fiscais da alfândega dos EUA. Sendo assim, para locker, prefira cadeados normais com chave ou mesmo segredo. No caso de chave, deixe uma das cópias na guaiaca (ou moneybelt).

Por ora, é só. E quem quiser contribuir com dicas, que fique à vontade.

Atualização em 29/jul: Ah, sim, e veja se é possível passar seu cadeado no zíper e em algum tipo de alça fixa, para que o zíper não possa zanzar de um lado para o outro. É mais uma forma de evitar que a mala seja aberta.

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