Tem um caso clássico que aconteceu numa rádio, certa vez. A história é bem conhecida pelos repórteres do meio.
Durante a jornada esportiva — ou seja, o programa que vai desde o pré até o pós-jogo –, as rádios gostam muito de colocar no ar o pessoal das antigas para comentar a partida em si ou alguma situação específica. Numa dessas, entrou no ar lá o velhinho. E o âncora, na tentativa de bater papo, ia percebendo que a conversa não rolava. Em um determinado momento, o entrevistador teve a coragem de fazer a pergunta: “Mas o senhor não é o não sei quem que jogou não sei onde?”. Resposta: “Não”. E mais: o cara que a rádio queria colocar no ar estava bem morto.
Numa outra vez (e eu estava ouvindo essa), o entrevistado em questão deveria ser um blogueiro famoso, mas acabou sendo o porteiro de um prédio.
Conto esses causos por ocasião de uma entrevista que, nos dias tão hypados em que vivemos, entrou na gaveta do “fake” (“falso”, em bom português) e está provocando um tumulto razoável neste exato instante.
Segue um trecho do post da blogueira que escreve o Cem Homens:
Hoje acordei ao meio dia, como de costume. Abri os emails aqui do blog e vi algumas mensagens falando sobre uma entrevista minha à Rádio Globo, no programa do Antônio Carlos.
Como dei algumas entrevistas por telefone na última semana, fiquei imaginando se algum repórter havia repassado o áudio para a Rádio Globo. Eu acharia feio, antiético, mas pelo menos seria verdade.
Entrei no site da rádio e procurei a
entrevista. Ela está aqui. [N.E.: Não está mais, já tiraram do ar.]
Meu choque começou quando o entrevistador me chamou de baiana (pois não nasci lá) e começou a sacanear a proposta do blog e a própria entrevistada. Que, quando começou a falar, eu percebi que simplesmente NÃO ERA EU!
Para ler o post completo, clique aqui.
Há enormes chances de ser mais um caso de “agenda estragada”. Como o blog em questão é recente, a história cheira a má apuração, mesmo. Vai sobrar pro produtor ou pro estagiário.
Um erro desses, do qual o Jornalismo está cheio, pode atrapalhar a vida de alguém em níveis que o imprudente jornalista não pode imaginar.
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Momento ‘tia da 1ª série’. Se você está começando agora, cuide da agenda que vai montar. Duas coisas:
1) um dia, ela vai ficar velha (dica: anote a data da última vez em que usou o número e ele funcionou);
2) antes, durante e depois disso acontecer, cheque, cheque mais uma vez e recheque os contatos que fizer.
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