Futebol: a melhor defesa é o ataque

Nesta segunda, faremos uma roda de conversa com o tema “Mulheres no Futebol: jogando, torcendo, cobrindo” para o qual todos e todas são convidados. Na esteira disso, a Juliana de Faria Kenski, criadora do Think Olga, nos convidou para escrever sobre o tema e saiu este texto aqui.

Olga

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É 2014, ano de Copa de Mundo no Brasil, ano em que finalmente o racismo começa a ser tratado com a devida atenção no futebol. Infelizmente, ainda não se pode dizer o mesmo sobre a misoginia, o machismo e o androcentrismo. E o futebol sabe transitar entre estes últimos três como poucos (sem falar na homofobia).
Há oito anos, comecei minha trajetória como jornalista esportiva. Já passei por estádios onde não havia banheiro feminino, já ouvi torcidas de cidades do interior me chamarem de nomes nada legais apenas por eu ser a única mulher com um microfone na mão à beira do campo, já deixei de fazer uma cobertura no exterior aos 20 e poucos anos porque acharam que eu “não saberia me virar” (Oi? Eu viajo sozinha pelo mundo desde os 16).
Nos últimos tempos, acabei me voltando também para o uso das redes sociais e as estratégias digitais…

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O perigo da agenda estragada

Tem um caso clássico que aconteceu numa rádio, certa vez. A história é bem conhecida pelos repórteres do meio.

Durante a jornada esportiva — ou seja, o programa que vai desde o pré até o pós-jogo –, as rádios gostam muito de colocar no ar o pessoal das antigas para comentar a partida em si ou alguma situação específica. Numa dessas, entrou no ar lá o velhinho. E o âncora, na tentativa de bater papo, ia percebendo que a conversa não rolava. Em um determinado momento, o entrevistador teve a coragem de fazer a pergunta: “Mas o senhor não é o não sei quem que jogou não sei onde?”. Resposta: “Não”. E mais: o cara que a rádio queria colocar no ar estava bem morto.

Numa outra vez (e eu estava ouvindo essa), o entrevistado em questão deveria ser um blogueiro famoso, mas acabou sendo o porteiro de um prédio.

Conto esses causos por ocasião de uma entrevista que, nos dias tão hypados em que vivemos, entrou na gaveta do “fake” (“falso”, em bom português) e está provocando um tumulto razoável neste exato instante.

Segue um trecho do post da blogueira que escreve o Cem Homens

Hoje acordei ao meio dia, como de costume. Abri os emails aqui do blog e vi algumas mensagens falando sobre uma entrevista minha à Rádio Globo, no programa do Antônio Carlos. 
Como dei algumas entrevistas por telefone na última semana, fiquei imaginando se algum repórter havia repassado o áudio para a Rádio Globo. Eu acharia feio, antiético, mas pelo menos seria verdade. 
Entrei no site da rádio e procurei a entrevista. Ela está aqui. [N.E.: Não está mais, já tiraram do ar.]
Meu choque começou quando o entrevistador me chamou de baiana (pois não nasci lá) e começou a sacanear a proposta do blog e a própria entrevistada. Que, quando começou a falar, eu percebi que simplesmente NÃO ERA EU!

Para ler o post completo, clique aqui.

Há enormes chances de ser mais um caso de “agenda estragada”. Como o blog em questão é recente, a história cheira a má apuração, mesmo. Vai sobrar pro produtor ou pro estagiário.

Um erro desses, do qual o Jornalismo está cheio, pode atrapalhar a vida de alguém em níveis que o imprudente jornalista não pode imaginar.

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Momento ‘tia da 1ª série’. Se você está começando agora, cuide da agenda que vai montar. Duas coisas:

1) um dia, ela vai ficar velha (dica: anote a data da última vez em que usou o número e ele funcionou);

2) antes, durante e depois disso acontecer, cheque, cheque mais uma vez e recheque os contatos que fizer.

Coisas que só a F1 faz por você

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Velha conhecida dos velhos conhecidos da Fórmula Um, mas totalmente nova para mim foi a Kangaroo TV. Durante toda a corrida, que passei atrás dos boxes, no paddock, tive na mão: imagens da transmissão oficial do GP, câmera on board de todos os pilotos, replay da comunicação de rádio dos times, estatísticas do campeonato, biografia de pilotos e equipes, previsão do tempo. Ufa!

Foi uma dessas que quase caiu das minhas mãos formigantes nos segundos que separaram a bandeirada recebida por Felipe Massa, Ferrari, e a dada a Lewis Hamilton, McLaren, no final do Grande Prêmio do Brasil. 

(Foto de Douglas Ritter, colega da CBN/Globo.)

Goiânia Facts (uma pausa na Venezuela)

1 – Aqui, os carros param na faixa de pedestre para as pessoas atravessarem… coisa que não acontece em muitas outras capitais brasileiras.

2 – As pessoas também param para você passar com seu carrinho de bagagem no aeroporto.

2 – Faz sol, muito sol. Calor, muito calor.

Vamos ver o Serra Dourada… Conto depois.

ATUALIZAÇÃO (16/ago/2008): Ademais do fato de ser quente, muito quente, o Serra Dourada é grande, muito grande. Tem muitos espaços vazios cuja utilidade poderia ser revista e os acessos me pareceram largos. Podia, no meu humilde ponto de vista, ser reformado para a Copa do Mundo.

Atrás da linha branca

Pela televisão, das arquibancadas, da cabine… nada se compara ao ângulo pelo qual observamos um jogo quando estamos à beira do campo. Dali, detrás do gol, uma percepção mais atenta pode revelar o que se passa na alma do jogador.

O olhar é o dedo-duro: um passe mal feito; uma bola que passa longe, acima do gol; o jogador livre que pedia para participar da jogada e não é atendido. Dá para notar tudo através do olhar. Que, aliás, deveria até ser punido, deixado em casa pelos mais calados, aqueles que não gostam de se denunciar. É que seus olhos são justamente os que mais teimam em se expressar. Um edmundo ou um souza mal precisa deles. Vê-se de perto que a boca faz toda a função: grita com o meia que não lhe deu a bola, grita com o goleiro que chegou mais cedo, grita com o assistente que parou o lance e, por que não merecidamente?, com os repórteres que lhe fazem a pergunta: “Gostou de ser substituído?”.

E como gritam os goleiros! Porque é difícil goleiro ser bom e não gritar, sejamos justos. Obediência tática é tudo para eles e ai do jogador que ousar não marcar o matador ou formar a barreira um metro para lá: os gritos viram rugidos e o olhar, ele de novo, vira a garra afiada.

No segundo tempo, os reservas vão para trás do gol para fazer o aquecimento. Olhos apreensivos quando o time empata, perde ou ganha por um gol de diferença. Corpos desleixados quando sabem que o técnico não vai convidá-los a participar do embate (será que os jogadores dos clubes que têm “elenco” sentem diferente?). Expressão que mistura tensão e senso de responsabilidade quando o treinador vai passando o chamado de boca em boca, desde o banco de reservas: “leandro, leandro, vem, leandro!”. E quando os colegas dizem: “Vai, leandro”, ele larga o casaco e corre em direção ao quarto árbitro, assina a súmula, corre no lugar, corre no lugar, cumprimenta o jogador que sai e passa a fazer parte do espetáculo.

Quem autoriza a troca é o árbitro. Postura rígida, corrida curta, a maioria deles lança mão, ainda, de feição dura. E o olhar dele é sempre o mais ameaçador. No entanto, alguns fazem lembrar que o excesso de confiança é, por vezes, disfarce para a insegurança. A mão que chega perto do bolso pode ser ameaça, mas também um ato de hesitação. Vai, não vai, vai, não vai, até que saca dali o cartão vermelho.

Poderia passar horas escrevendo sobre os detalhes que se vê por detrás da linha branca que nos separa de um campo de futebol. Mas seriam tantos que pareceria uma descrição romântica e eu estou mais para estes estilos contemporâneos não identificados. Por detrás da linha branca, a emoção só não deve ser maior do que aquela parcamente controlada, sentida de dentro do campo.

PRIMEIRA PUBLICAÇÃO EM 28/mai/07