A volta do Carnaval de São Paulo me trouxe de volta ao Carnaval

Acabou mais um Carnaval e não tem Carnaval igual. Eu nunca fui do samba, mas sempre fui dessa festa. Sempre na rua ou nos bailes de algum clube lá por Piracicaba e região (parte da minha família é de lá). E assim foi até que virei jornalista. E virando jornalista, vieram os plantões. No dia em que não tinha jogo do Campeonato Paulista, a gente trabalhava mesmo assim, cobrindo trânsito ou desfile. Trabalhar no Carnaval me distanciou do Carnaval. Quando passei a folgar de novo, não sabia o que fazer com ele.

Ri, Katy, Tay, Britney-Bitch e Bey no "João Capota na Alves"

Ri, Katy, Tay, Britney-Bitch e Bey no “João Capota na Alves”. Fantasia no improviso funciona também =D

Eis que, no ano passado, nós começamos a nos reaproximar. Nayana convidou pro “João Capota na Alves“, um bloquinho que sairia no sábado. O bloco foi chamar a “Vanessa no Carnaval” que tinha ficado perdida lá atrás e ela reapareceu, mesmo mancando por causa de um ponto no pé. Em 2014, sábado seria também o meu aniversário e foi no mesmo bloco que a gente comemorou — eu esqueci que era meu aniversário umas várias vezes durante o dia; porque o Carnaval, bom, ele é maior, né?

Aquela que eu achei a experiência mais interessante aconteceu no domingo. Teve outro bloco que conseguiu ir lá pra trás e chamar mais uma eu, a “Vanessa do HC” (não, não estou falando do Hospital das Clínicas). Ela costumava ir a uns shows, festivais e voltar toda suja, e ela entrava em rodinhas também. Não voltou com essa agressividade toda, não. Mas o tanto que me senti confortável, eu sei que veio desse reencontro. O “Bloco 77 – Os Originais do Punk” foi realmente muito, muito bacana e existe não faz um mês. Continuar lendo

Uma Copa em minha vida

— É que eu vou treinar futebol com as meninas.

— Que futebol? Que meninas?

— Da Copa Trifon.

— Que “Copa Trifon”?

— Ué, você não está sabendo? Copa Trifon Ivanov. Você não segue as mesmas pessoas que eu?

— Ah, não sei, não estou sabendo. Como faz pra participar?

— Manda um e-mail pro Portes.

— Que Portes?

— Você não segue as mesmas pessoas que eu sigo????? Vou escrever pra ele e te passo o endereço porque já foram as inscrições, mas deve ter lista de espera. Continuar lendo

O que eu não contei: GP do Brasil 2012

Durante a temporada 2013 de Fórmula 1, publico aqui no ENTRELACE alguns textos narrando episódios pessoais sobre os quais não tive a oportunidade de escrever enquanto cobria a temporada 2012, no mais das vezes por causa da correria que me fez dar conta da rádio Estadão/ESPN, revista ESPN, site Tazio, meu blog e o blog Acelerando com Bruno Senna (os dois últimos, dentro do Tazio).

Quem olha de fora e à distância só vê o resultado. É natural, ninguém exige que seja o contrário. E a verdade é que eu fico mais feliz quando o ouvinte não percebe que eu estou com dor de cabeça, vontade de fazer xixi, fome e sono durante uma transmissão ao vivo. Porque a parte mais legal dos finais de semana da temporada que eu cobri eram as transmissões ao vivo no domingo, não tenham dúvidas.

Só que o domingo é o último dia da semana de GP. Você chega ao domingo já tendo usado toda a energia que você tinha e não tinha, e, ainda assim, sem dó, ele é o dia mais importante. Você drenou sua energia apenas para poder chegar ao domingo, a cada um dos 20 domingos. Da mesma maneira, fim de temporada é doloroso: o cansaço acumulado faz com que tudo o que você queira seja a sua casa por mais de oito dias seguidos (dos quais você passou, em média durante o ano, três como um zumbi se recuperando da corrida anterior). Continuar lendo

Ritmo (das pessoas, das idades, da cidade)

Duas pessoas lá pelos 60, 70 anos ocupando os dois lados da escada rolante. É um casal de mãos dadas. Uma menina de uns 20 e poucos , cabelo comprido, liso, com luzes, pede licença afobada pra descer. Ela passa no meio deles, esbarrando. Eles se entreolham, balançam a cabeça como quem diz: “Que desesperada”.

Em frente a uma das catracas, uma senhorinha parou para procurar o passe de metrô. O homem daquele mesmo casal se esgueira pelo lado para usar a catraca praticamente bloqueada pela senhora.

Quando desço até a plataforma, vejo a menina apressada esperando exatamente o mesmo trem que eu, que estava pra trás, a uns cinco degraus de distância dela na primeira escada rolante.

Antes da viagem terminar, São Paulo me faz de algoz como em tantas outras ocasiões: trombo de leve com um senhor que entra à minha frente no trem. Vinha gente atrás.

Tô te contando

  • Eu: Tá, mas por que você tá criando outro blog?
  • Eu mesma: Não é um blog, é um Tumblr.
  • Eu: Mas você disse que quer escrever tipo blog, como fazia antes.
  • Eu mesma: Sim, mas eu disse também que queria fazer como antes nos moldes de hoje, e eu gosto do Tumblr porque é uma plataforma simples em que dá pra postar todo tipo de coisa num layout bacana, não só texto e, bom… não me lembra “trabalho” naquilo que a palavra carrega de conotação negativa.
  • Eu: Você não dá conta de ficar parada no mesmo canto, né?
  • Eu mesma: Depende.