Senna, 1986: a F1 de hoje não é tão “de hoje” assim

“Metade do grid paga para correr.”

“A Globo só transmitiu o VT da corrida.”

Etc.

Este aí é Ayrton Senna falando sobre a F1 de 1986, 25 anos atrás. VTs e pilotos pagantes. Temos todos os motivos do mundo para criticar a existência de ambos, menos um: “Antigamente, as coisas não eram assim. Automobilismo tinha muito mais espaço / Piloto só conseguia vaga por competência”; frases comumente proferidas com ardor por gente que nasceu há pouco tempo e tem preguiça de pesquisar ou por alguns que adoram pintar de cor-de-rosa o passado que viveram.

Você pode escolher pensar que, sendo assim, o mundo está acabando faz tempo. Há chances. Eu prefiro pensar simplesmente que, sozinho, o juízo que se faz das coisas pouco colabora pra que elas de fato se alterem. Opinião demais = blablablá. Por isso é que eu respeito tanto o Jornalismo, a reportagem.

E mais: é bom, às vezes, rever os documentos históricos nos quais o trabalho da imprensa se transforma com o passar dos anos. Dá aquela iluminada em coisas que vão ficando empoeiradas com o tempo como… o passado, ele próprio! É bom. Além do quê, pelo amor, não pode ser tão difícil assim olhar pra frente sem ficar olhando para trás o tempo todo, né mesmo? Referência é uma coisa, apego é outra. (“Apegados” são aqueles que o povo gosta de chamar de “viúvas”).

Abaixo, as duas partes da entrevista feita com Senna, gravada em dezembro de 1986 e reprisada pelo Roda Viva na última segunda-feira:

Publicado originalmente em http://tazio.uol.com.br/blog/blog-da-vanessa-ruiz/senna-1986-a-f1-de-hoje-nao-e-tao-de-hoje/